Congresso | SIBE+21

O Instituto de Etnomusicologia – Centro de Estudos em Música e Dança tem o prazer de acolher e organizar o congresso SIBE+21 na Universidade de Aveiro, Portugal, entre 20 a 23 de Outubro de 2021.
O SIBE+21 inclui os seguintes encontros científicos:
· 16º congresso SIBE
· 11º congresso IASPM Espanha
· 4º congresso de Músicas Populares del Mundo Hispano y Lusófono
· 3º congresso do Comité Nacional de Espanha do ICTM
· 2º congresso do Comité Nacional de Portugal do ICTM
Participações da equipa SOMA no congresso SIBE+21
EL ARCHIVO Y LAS CONDICIONES DIGITALES DE SU EXISTENCIA
Miguel A. García / Universidad de Buenos Aires, CONICET (Coordinador)
Pedro de Moura Aragão / Universidade de Aveiro – INET-md
Andreia Duarte / Universidade de Aveiro – INET-md
Susana Sardo / Universidade de Aveiro – INET-md
Con la aparición de The Archaeology of Knowledge (1969) de Michel Foucault, Metahistory (1973) de Hayden White, History and Criticism (1985) de Dominick LaCapra, Archive Fever (1997) de Jaques Derridá y de una plétora de trabajos que afloraron como reacción a estas obras, el concepto de archivo pasó a tener un uso extendido en el discurrir de las ciencias sociales, políticas y humanas. En la actualidad, dicho concepto está siendo empleado para analizar prácticas que acontecen fuera de la jurisdicción de los Archivos, museos, bibliotecas y otras instituciones estatales y privadas (Arjun Appadurai, David Beer and Roger Burrows, Mike Featherstone, Alexander Galloway, Kyetil Jacobsen, Eric Ketelaar, Friedrich Kittler, Eivind Røssaak, etc.). Varios autores apelan a un derivado del concepto que señala las transformaciones que sufren las prácticas archivísticas –almacenamiento, preservación, clasificación y acceso– en la era de la comunicación digital. Se trata del concepto de anarchive (Wolfgang Ernst), el cual remite a sistemas virtuales de almacenamiento de datos en constante expansión y movimiento que, a pesar de requerir procedimientos de clasificación y dispositivos de acceso, no se estructuran en derredor de una entidad centralizada ni poseen una memoria organizada. El ámbito en dónde este concepto ha tenido mayor aplicación ha sido la internet, medio hipertextual, multimedial y global sin precedentes. En el marco de estos desarrollos teóricos y a partir de las experiencias de investigación de los/as integrantes de la mesa, se discutirán: a) las fortalezas y debilidades que presenta el medio digital para la liberación de la herencia musical confinada a soportes obsoletos, b) los problema epistemológicos que acarrea la inscripción digital de datos y documentos musicales y c) las potencialidades que ofrece el concepto de archivo para analizar las prácticas de almacenamiento, preservación y clasificación que acontecen en el entorno virtual.
Palabras clave: Archivo; Música; Entorno virtual
ONTOLOGIAS DOS SUPORTES SONOROS: O ESTRANHO CASO DOS DISCOS
Isaac Raimundo / Universidade NOVA de Lisboa, FCSH – INET-md
A invenção, por parte de Emile Berliner, de suportes sonoros em forma de disco, foi de tal forma vantajosa para a sua duplicação que continua a ser presentemente utilizada. Os diversos nomes por que estes suportes são conhecidos variam consoante aos materiais que os constituem, tais como vinil ou goma-laca, e característica de velocidade de gravação/reprodução, como 78 rotações. No entanto, nenhuma destas nomeações é coerente com o único fator diferenciador destes suportes, i.e., a natureza da própria inscrição sonora. Até 1929, os discos eram inscritos segundo velocidades de rotação que se adequavam aos requisitos práticos de cada sessão de gravação, velocidades que só por mero acaso se encontravam a 78 rotações por minuto. Por outro lado, a utilização de misturas betuminosas que utilizassem goma-laca como ligante de aglomerados minerais também não era constante, havendo inclusive a possibilidade de utilizar resinas fenólicas. Mais tarde, aquando do desenvolvimento, a baixo custo de produção, de policloreto de vinila, os discos passaram a ser nomeados de vinil. De facto, a característica comum a todos os suportes sonoros em formato disco é a natureza dos sulcos que codificam a informação sonora: sulcos largos, sulcos finos, ou micro-sulcos. A presente comunicação pretende explorar a designação por que são conhecidos historicamente os discos de gramofone e, dessa forma, promover uma discussão crítica acerca da nomeação destes suportes, tendo em conta as suas características físicas e a natureza da codificação sonora.
Palavras-chave: Ontologia; Discos; Gravação sonora; Gramofone; Goma-laca; 78 rotações; Vinil
ARQUIVOS SONOROS INSTITUCIONALIZADOS E DIGITALIZAÇÃO DE MEMÓRIA: DESAFIOS ÉTICOS PARA UM ACESSO ABERTO À MEMÓRIA SONORA E PATRIMÓNIO COLETIVO
Andreia Duarte / Universidade de Aveiro – INET-md
A era digital veio ampliar necessidades, possibilidades e desafios nas instituições de memória e na sua relação com o público. No caso dos arquivos sonoros e museus europeus que se dedicam à salvaguarda de música em suportes fonográficos obsoletos, a digitalização é o mecanismo preferencial para a sua preservação. É também o modo mais apropriado para o alcance do público, já que estes suportes se encontram maioritariamente fora de circulação comercial, encerrando em si os próprios intervenientes, as suas criações e trechos de memória social. Com a generalização da acessibilidade digital, a música e a indústria fonográfica passaram, de um modo geral, por um período especialmente crítico, sendo alvo de níveis de pirataria e de difusão não autorizada exponenciais e transnacionais. Com a adoção, a nível europeu, de restritas regras indiferenciadas para a divulgação de registos fonográficos, assistimos atualmente a uma mudança de paradigma. Assistimos também a um multiplicar de iniciativas e arquivos assentes em plataformas digitais que, no entanto, veem a divulgação do património imaterial sob a sua curadoria encerrado nestes suportes. A sua possível divulgação apresentase como um processo moroso e burocrático, cuja perspetiva de futuro é extremamente condicionada. Entram em conflito três direitos eticamente incontornáveis: o direito à difusão da memória social (objetivo fundamental das instituições de memória), o direito ao acesso aberto a um património imaterial (direito dos cidadãos) e o direito patrimonial (material e imaterial) do artista e dos seus descendentes. Esta comunicação pretende discutir este conflito ético e propor possíveis rumos para uma disponibilização digital do património sonoro coletivo numa perspetiva transnacional, através da reflexão crítica sobre as medidas de proteção ao direito de autor implementadas pela União Europeia e a Proposta de Diretiva do Parlamento Europeu e do Conselho relativa aos direitos de autor no mercado único digital, de 2016, aprovada em 2019.
Palavras-chave: Arquivos sonoros institucionalizados; Acesso aberto; Memória social; Ética; Direitos de autor; Políticas europeias
TRANSDISCIPLINARY SOUND EXPERIENCES ABOUT FESTA DE SÃO GONÇALINHO
Antoine Curinier / Câmara Municipal de Aveiro & Universidade de Aveiro – INET-md
Ana Flávia Miguel / Universidade de Aveiro – INET-md
Título: Etnografia Sonora da Festa de São Gonçalinho em Aveiro
Duração: 6’48’’
Ano: 2020 Género: Audio/Etnografia Sonora
País: Portugal
Direção: Ana Flávia Miguel e Antoine Curinier
In 1998, a symposium promoted by UNESCO declared transdisciplinarity as an intellectual space where issues can be rethought, alternatives of knowledge can be re-considered, and inter-relations can be revealed in unusual ways. This approach takes the different methodologies and the different types of knowledge in order for them to transform and to transcend themselves through the creation of new metaphors to communicate knowledge. This proposal aims to proffer an audio experience of a sound ethnography about the Festa de São Gonçalinho of 2020 in Aveiro. The fieldwork was carried out by the research team of the SOMA (Sounds and Memories of Aveiro) project, and the team members collectively planned the fieldwork and recorded the sounds, the music, and the interviews they conducted. The construction and the production of the sound ethnography results from several dialogues between a new team member from France, with sound expertise, and an ethnomusicologist from the team during the COVID-19 confinement. The sound ethnography has been conducted by using sound design technics to channel and focus the listener’s attention. The original materials have been slightly altered by stereophonic editing, equalization, compression, and audio levelling to bring the Festa de São Gonçalinho to life. A “footstep” sound effect was also added to the original materials to stage the different sounds recorded in the field. The result is at the crossroads of archiving, documenting and artistic creation. It is a vivid sound journey along the streets of Aveiro, a wander through the Festas de São Gonçalinho. But the final result is also at the crossroads of knowledge – the intellectual transdisciplinary space – where the nature of the manifold experiences can be evoked through sound metaphors.
Keywords: São Gonçalinho; Sound Ethnography; Transdisciplinarity